Pular para o conteúdo principal

A cibercultura na EAD


Qual a importância da Educação à distância (EAD) no contexto que estamos inseridos?


Fazendo uma reflexão... Quem nunca passou por essa situação da tirinha abaixo?

quemnunca-01


Resultado de imagem para cibercultura na ead
Na atualidade não seria mais possível e comum viver sem os aparatos tecnológicos. Com a disseminação e a popularização da Internet, em conjunto com as novas tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), a educação sofreu alterações significativas de forma a contribuir bastante para para a melhoria,por exemplo, do ensino/aprendizagem da educação à distância (EAD). 

A cibercultura pode ser entendida como um conjunto de espaços, atitudes, rituais e costumes que as pessoas passam a desenvolver quando entram em contato com a tecnologia, tais atitudes e comportamentos denominam o que chamamos de ciberespaço. Ela (cibercultura) traz consigo inúmeras possibilidades de se pensar a EAD, todavia é necessário 'vontade política' para imprimir uma racionalidade mais dialógica para que essa forma de educação possa expandir.

É inegável que a juventude está mais próxima dessa relação por nascer num berço tecnológico, porém qualquer geração, inclusive as mais velhas, são capazes de se apropriar normalmente dela, apesar de algumas dificuldades. No entanto, podemos perceber que essas transformações não são de agora, a qualidade e a eficácia de um curso a distância passam por questões múltiplas, as tecnologias se modificam tão rapidamente que dificultam a inserção e o domínio dos professores nesse universo tecnológico, um desafio tanto para o docente como para o discente.

Se torna necessário o investimento na valorização e na formação continuada dos professores e também, na atualização constante de sua práxis pedagógica e na capacitação dos mesmos para a docência online. É necessário bastante disciplina e organização para se ter algum resultado. é bem verdade que a cibercultura oportuniza vivência plena da dialogia digital e da mediação partilhada.


        Resultado de imagem para cibercultura na ead

"Não é porque um aluno ingressa num curso EAD que automaticamente se liga um botão relacionado com autonomia, independência de estudo, capacidade de estudar sozinho e de autorganizar-se. Essas capacidades, se não forem construídas ao longo de toda a vida acadêmica dos estudantes, não vão se manifestar nos cursos EAD. Daí, inclusive, o alto grau de evasão desses cursos. Também, um curso EAD que não se comprometa com a construção dessas capacidades, que não acompanhe e ampare os alunos ao longo de todo o processo, nada mais é do que um pacotão de conteúdos disponibilizados, que pouco reverbera nos desejos e necessidades dos estudantes." (BONILLA,2018)

Concordo plenamente com a fala da professora Bonilla,  é preciso uma disciplina e uma autonomia excessiva para o êxito dessa formação... O que a meu ver pode ser um empecilho caso a plataforma e os professorxs não orientem tais alunxs durante todo o processo. Porém, quando a tentativa da proposta se remete ao ensino fundamental, por exemplo, acredito ser inviável. As crianças precisam interagir com outras crianças e com o próprio ambiente escolar para até se sentir pertencente ao meio, retirar isso delas é silenciá-las socialmente.

A proposta da EAD para jovens e adultos é super interessante para quem não tem a possibilidade de acessar uma universidade por morar em zonas rurais. Esse modelo de educação nos possibilita inúmeras vantagens: promoção de vínculos entre sujeitos sociais entre culturas diferenciadas; trabalho com diferentes dimensões da linguagem (textual, imagética, sonora e afins...); contribuição para a metarreflexão do aluno, do professor e do grupo como um todo; oportunização da vivência plena da dialogia digital e da mediação partilhada e etc.  

Penso que a  EAD é pertinente em casos específicos, às vezes nem em casos específicos pois sabemos da realidade da sociedade que estamos inseridos que é da extrema pobreza, principalmente na região nordeste! A verdade é que a internet não chega para todos, não é mesmo? É algo que precisa ser pensado: EAD como um reparo social daqueles que por trajetória pessoal ou condições geográficas e afins não podem acessar uma graduação ou o silenciamento ainda na infância como forma de controle e poder estatal? 


REFERÊNCIAS

BONILLA, Maria Helena. Escola Aprendente: para além da Sociedade da Informação. Rio de Janeiro: Quartet, 2005. Cap. III e VI.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. Cap X (pp. 157-167)




Comentários

  1. E mais, EAD não pode ser utilizada como forma de redução de custos do Estado, o que implica uma EAD de péssima qualidade e uma formação simplista dos sujeitos sociais. Um bom curso de EAD pode implicar e requerer muito mais aporte de verbas para seu desenvolvimento, justamente porque implica acompanhar alunos que estão dispersos geograficamente, que apresentam características e desejos muito diversos. Atender a toda essa diversidade implica muito mais profissionais atuando nos cursos.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

MEMES: UMA ESTRATÉGIA EDUCACIONAL

                                         MEMES: A ARMA DA REVOLUÇÃO! A linguagem, como sistema de comunicação é a base das interações e das relações humanas e sofreu algumas mudanças ao decorrer dos tempos. A partir do advento da pós-modernidade, e consequentemente o da era digital, múltiplas práticas e realizações sociais vêm sofrendo modificações tornando a língua mais dinâmica, versátil, flexível e atrativa. Os textos mêmicos carregam em si mensagens que são decodificadas pelos cérebros receptores, analisadas, interpretadas, adotadas e, por vezes, replicadas, tal que, ao se familiarizarem com a linguagem contida no componente a ser replicado, estarão dialogando de certa maneira com o criador do “meme”, ou mesmo com os partícipes das mesmas interações de transmissão de ideias. É a linguagem enquanto fenômeno social, como prática de atuação interativa. (SOUZA, 2001 p.134). O termo meme é derivado da palavra grega Mimeme (imitação), foi criado pelo Zoólogo Ri

Computação Desplugada & Inclusão Digital

         Se você já se perguntou como os jogos, os aplicativos de celular ou até mesmo como os computadores funcionam, devo lhe dizer que a  Ciência da Computação tem as respostas para nós. Este  conceito   surge na tentativa de resolução eficaz dos problemas de modo que ele seja assimilado por um algoritmo (0 ou 1).   Desde sempre nós somos estimulados a pensar e resolver os problemas que estão ligados ao nosso cotidiano. Segundo o teórico da Educação Jean Piaget, o raciocínio e/ou cognição da criança passa a ser formado a partir dos 2 anos de idade. No entanto, se não for estimulado pode perdê-lo. A  Computação Desplugada consiste em ensinar fundamentos da computação sem o uso do computador. Parece impossível, mas não é...   Podemos entender a astronomia sem telescópio e química sem está propriamente dito no laboratório. Existe um livro chamado “Ensinando ciência da computação sem o uso do computador (Computer Science Unplugged), que possui um conjunto de atividades des

UMA IMAGEM VALE MAIS QUE 1000 PALAVRAS?

A leitura de imagens faz parte de uma rotina diária presente na nossa sociedade, por isso é importante que as pessoas desenvolvam a capacidade de interpretar aquilo que vê. Obviamente, nem todo mundo possui esse 'dom'! Uma boa leitura de imagens depende da nossa percepção sobre elas. Nesse sentido, as imagens passam a ganhar significados diferentes a depender da pessoa que esteja analisando. Elas podem ser classificadas como simbólicas (quando representa o divino), epistêmicas (quando informa sobre o mundo e a sociedade que estamos inseridos) e estéticas (quando apela ao belo, dita um padrão). Essa interpretação pode se apresentar em três níveis: 1. Instintivo: Percepção motivada pelos elementos emotivos, sendo a primeira impressão do cérebro. 2. Descritivo: Depende de uma captação das primeiras informações em que as imagens estão intrinsecamente relacionadas à descrição dos ambientes ou personagens presentes nela. 3. Simbólico: Relacionada aos mecanismos de conhe